terça-feira, 28 de abril de 2009

Chelsea x Liverpool

Espetacular. Sensacional. Extraordinário. Esses foram apenas alguns dos adjetivos usados para descrever o jogão da terça-feira, 14 de abril, entre Chelsea e Liverpool. A emoção foi tanta que precisei de quase duas semanas para meu coração desacelerar e, assim, poder voltar a escrever. Quem viu o jogo, sabe do que estou falando.

Depois dos 3 a 1 sofridos pelo Liverpool no jogo anterior era de se esperar que eles viessem para Londres afiados para tentar o que parecia impossível – marcar 3 gols em Stanford Bridge, casa do Chelsea. O placar de 2 a 0, mesmo igualando o placar agregado, não seria o bastante para o Liverpool (lembrem-se que gol fora de casa vale mais, e o Chelsea havia marcado 3); 3 a 1 Liverpool levaria o jogo para a prorrogação e para os pênaltis (caso o placar permanecesse inalterado nos 30 minutos do tempo extra); qualquer placar acima disso, com diferença de dois gols a favor dos Reds tiraria o Chelsea da semifinal.

Eu sou uma pessimista de carteirinha... Sempre penso no pior. Não há vantagem que me pareça boa o bastante, especialmente no futebol, em que tudo é possível. O primeiro tempo começou e o Chelsea simplesmente não entrou em campo. Não me entendam mal... Os uniformes azuis estavam lá, fazendo contraste com a grama verde e o vermelho do Liverpool. Mas fora as camisetas e os calções azuis o Chelsea do primeiro tempo em nada recordava aquele time lutador, agressivo e determinado da quarta-feira, 8 de abril.

A apatia do Chelsea era tão grande que a cada minuto minha carga de energia negativa só fazia aumentar e eu continuava a pensar no pior... Meus temores começaram a se concretizar quando, aos 19 minutos, Fábio Aurélio, em cobrança de falta, abriu o placar. Aos 28 minutos, minha espinha gelou. Xavi Alonso sofreu pênalti e converteu a cobrança – 2 a 0 Liverpool. A partir de então eu só pedia que o Chelsea não levasse o terceiro gol... no primeiro tempo. O final dos 45 minutos foi dramático! Não queiram que eu vá me lembrar de detalhes, afinal, já fazem duas semanas! Só sei que os Reds não marcaram o terceiro por falta de sorte.

O intervalo veio e eu fiquei imóvel, estática, no sofá, imaginando as surpresas que o segundo tempo traria. Só me mexi quando o telefone tocou aos 3 minutos da etapa final. Era minha prima, Marila. O telefone já estava no sofá, ao meu lado, então nem deu trabalho para responder. Nem lembro se ela tava ligando pra dizer um oi ou para perguntar como eu estava, só sei que a ligação deu sorte! Em nove minutos de bate-papo, gritei gol 3 vezes. O primeiro grito foi alarme falso, já os outros dois... Drogba, aos 6 minutos, diminuiu e Alex, aos 12, empatou para o Chelsea. Um pouco mais surda, Marila desligou o telefone.

Aos 31 minutos, com a virada, foi a minha vez de usar o telefone. Feliz, disquei o número de meu pai para comemorar. Mas ainda era cedo. Minutos depois, aos 36 com Lucas e aos 38 com Kuyt, foi a vez do Liverpool virar. Chelsea 3x4 Liverpool. O impossível parecia estar cada vez mais próximo e a minha veia pessimista voltou a pulsar... Liguei para meu pai mais uma vez. “Não é possível”, disse ele. Mas foi ele mesmo quem me ensinou que no futebol tudo é possível. E quando o Liverpool voltou a acreditar, Lampard marcou o gol de empate, aos 44 minutos. Não havia mais tempo para os Reds. O gesto de Drogba que pode ser traduzido como “encerrado” deixou isso bem claro.

Hoje é dia de Barcelona x Chelsea. Será que vão sobrar unhas para contar história?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Liverpool x Chelsea

Quando acordei esta manhã achei que à noite iria para a cama com dor de cabeça. É que hoje foi dia de Champions League e de Copa do Brasil. Rodada dupla, emoção dobrada. Liverpool x Chelsea; Juventude x Vitória. Esses eram os dois jogos que me interessavam. Sempre fico tensa em jogos de decisão, principalmente tratando-se de Vitória e Chelsea (o Vitória, time do coração; o Chelsea time que recentemente conquistou um espacinho no meu coração rubro-negro).

Desde a sexta-feira, 27 de março (se não me engano), em que foram definidos os confrontos para as quartas de final da Copa dos Campeões da Europa, a UEFA Champions League, eu já lamentava: “Que azar do Chelsea! Logo o Liverpool...” Enquanto os outros ingleses, Machester United e Arsenal, enfrentariam, respectivamente, Porto e Villareal, equipes de menos peso, o meu Chelsea pegaria o Liverpool, que atropelou o Real Madrid nas oitavas de final e que vem em acensão no campeonato inglês.

Eu já estava no clima das quartas de final desde terça-feira. Entre Villareal x Arsenal (1x1) e Manchester United x Porto (2x2), optei pelo segundo jogo. Com a TV ligada nos canais ESPN, torci para o Porto, de azul (e branco), e vibrei com o segundo gol dos portugueses (marcado por um argentino), arrancando a vitória dos pés do Manchester, aos 88 minutos, em pleno Old Trafford. A semana começou bem, mas não diminuiu a tensão reservada para a quarta-feira.

Hoje, às 15:30 tomei meu lugar em frente a tela plana e esperei a bola rolar para o aguardado Liverpool x Chelsea. Aos 6 minutos meus temores se confirmaram. Numa bela jogada do Liverpool, Fernando Torres ficou livre na área do Chelsea e abriu o placar. “Logo no início!” Na minha cabeça eu já antecipava o desastre. “O Chelsea precisa marcar pelo menos um gol.” (Gol na casa do adversário nesse tipo de competição é muito importante). E teve chance. Drogba perdeu uma grande oportunidade na cara do goleiro.

O jogo estava ficando empolgante, o Chelsea jogava bem, criava boas oportunidades e o gol de empate parecia próximo. Eu estava bastante concentrada quando o interfone tocou na cozinha. O telefone até dá pra ignorar (quem tiver alguma coisa importante para dizer vai ligar no celular, nem que seja a cobrar), mas deixar de atender o interfone é mais complicado... pode ter alguém querendo subir e fica chato deixar a pessoa esperando. “É da farmácia!” Gritou alguém da cozinha. “Pergunta se pode subir!” Gritei da sala. Eu já sabia que a resposta seria não.

O toque do interfone já tinha sido o bastante para fazer meu humor mudar. Quando percebi que ainda teria que descer até a portaria então... Com a cara fechada, peguei o cheque na mesa e chamei o elevador, ouvindo minha mãe dizer: “Eu fico aqui torcendo pra você”. Assim que o elevador chegou no P me dei conta de que tinha esquecido a receita médica em casa. Caminhei até à portaria mesmo assim, achando que o motoboy não iria perceber. Ledo engano. “Sem a receita não pode”. Depois de mais um sobe, desce e sobe fui recepcionada por minha mãe, torcedora suplente: “O Chelsea perdeu um bocado de gol, e o outro time quase fez mais um”. E eu tinha perdido todos os lances!

Meu mau humor não duraria muito tempo. Aos 39 minutos eu já estava gritando GOL quando Ivanovic, com uma movimentação surpreendente dentro da área, marcou, de cabeça, o gol de empate. Tudo igual em Anfield. O jogo poderia acabar e eu estaria feliz com o resultado. Mas ainda tinha o segundo tempo. Tudo podia acontecer. O Chelsea voltou com uma energia e uma determinação impressionantes, jogando para frente o tempo todo, como poucas vezes o vi jogar tendo vantagem no placar (tratando-se de competições como essa, 1x1 fora de casa pode ser um resultado vantajoso). Mesmo quando fez o segundo gol (novamente Ibramovic de cabeça) e virou pra cima do Liverpool, perdidinho na partida, os Blues continuaram atacando. Minutos depois marcaram o terceiro, com Drogba, para a minha alegria. Ai tive que ir comemorar com minha mãe e ligar para meu pai para dizer o resultado do jogo. Liverpool 1x3 Chelsea. Terça-feira que vem tem mais.

À noite, pela Copa do Brasil, o Vitória também me surpreendeu, não por ter vencido o Juventude, mas por ter batido o time de Caxias do Sul fora de casa pela primeira vez em jogos oficiais. A partida não foi tão empolgante e não conseguiu prender minha atenção no segundo tempo. Depois do jogaço da tarde, com equipes de primeira linha, seria pedir demais. Comparações à parte, o Vitória jogou com personalidade, foi para cima do Juventude e marcou logo no início, aos 7 minutos, com a total colaboração do goleiro adversário (o goleirão empurra a bola para dentro do gol, após ele mesmo ter espalmado a pelota). No segundo tempo o Juventude empatou de falta e o Vitória fez o segundo, também de falta num golaço de Bida. Juventude 1x2 Vitória. O próximo encontro entre as duas equipes será no Barradão, em Salvador.

Com o Chelsea e o Vitória mais perto da próxima fase, vou dormir sem dor de cabeça. Quem sabe ela não aparece na semana quem vem.